Em 2015, por conta da inflação elevada, do crédito restrito e do desemprego crescente, o nível de consumo caiu. O reflexo disso no varejo foi evidente: o volume de vendas encolheu 4,3% no ano – o pior resultado desde 2001, início da série histórica da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), feita pelo IBGE.
Para se ajustar à demanda, muitas empresas do setor precisaram demitir e fechar lojas.
Mas, uma pesquisa divulgada recentemente pelo Centro de Inteligência Padrão (CIP), em parceria com a Serasa Experian e o Insper, mostra que os efeitos da crise variam (e muito) para cada nicho dentro do comércio varejista.
O “Ranking NOVAREJO Brasileiro 2016” compila as 300 maiores empresas da área de acordo com o faturamento que tiveram em 2015. Ele só foi concluído em julho, porque muitas companhias demoram para divulgar seus balanços anuais, segundo do CIP.
Entenso e diverso
Poucos setores dentro do varejo conseguiram crescer acima da inflação, que fechou 2015 em 10,67%. O aumento médio da receita das 300 maiores empresas, inclusive, ficou abaixo, em 9,2%, ou seja, houve uma queda real.
Um dos especializados que teve destaque, porém, foi o “atacarejo”, cujo faturamento avançou 18,2% e cujas lojas tiveram uma expansão de 11,8%.
“Ao oferecer produtos por preços inferiores àqueles praticados normalmente em super e hipermercados justamente pelo modo como são comercializados, os ‘atacarejos’ atraíram consumidores que estavam preocupados em reduzir gastos sem necessariamente renunciar a alguns produtos de suas cestas de compras”, explica o CIP, em nota.
Já as livrarias e papelarias, que tiveram a segunda maior taxa de aumento nas vendas, de 14,7%, aproveitaram a redução do número pontos de venda (de 2,8%) para aumentar a rentabilidade por loja.
Outras áreas como o varejo de eletroeletrônicos e móveis, o de vestuário e lojas de departamento e também o de materiais de construção, registraram recuo nas vendas mesmo desconsiderada a inflação.
Nos gráficos abaixo, veja outros indicadores sobre o desempenho das 300 maiores varejistas no ano passado.
* A rentabilidade por loja é calculada dividindo-se o faturamento líquido pelo número de lojas.
** A rentabilidade por funcionário é calculada dividindo-se o faturamento líquido pelo número de funcionários.
*** O endividamento é calculado dividindo-se o capital de terceiros pelo patrimônio líquido, ou seja, mede o quanto as empresas dependem de financiamentos em relação ao capital próprio.
Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/9-graficos-que-mostram-como-o-varejo-atravessa-a-crise