As redes varejistas já se preparam para a Black Friday – segundo maior evento em vendas para o comércio eletrônico, depois do Natal. Grupos de varejo on-line, como Cnova (dona dos sites da Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com.br), B2W Digital (com os sites americanas.com, Submarino e Shoptime), Dafiti e Netshoes já cadastram internautas para enviar por e-mail as ofertas da edição deste ano, com descontos que chegam a 80%.
Para a edição da Black Friday 2016, marcada para 25 de novembro, a expectativa é que as vendas aumentem de 20% a 30% em relação ao ano passado, para um valor entre R$ 1,9 bilhão e R$ 2,1 bilhões. A previsão faz parte de uma pesquisa de intenção de compras encomendada pelo Google Brasil.
No ano passado, o evento movimentou R$ 1,6 bilhão em vendas na internet, com crescimento de 43% em relação a 2014. Com esse desempenho, as vendas em um dia superaram as transações de toda a quinzena do Dia das Mães, que movimentou R$ 1,51 bilhão, segundo a consultoria ebit. Neste ano, as vendas relacionadas ao Dia das Mães na internet aumentaram 8%, chegando a R$ 1,62 bilhão.
A previsão de crescimento para a Black Friday deste ano é menor do que em 2015, mas ainda supera a expansão do comércio eletrônico, que no primeiro semestre avançou 5,2% ante igual período de 2015, para R$ 19,6 bilhões. O desempenho do varejo total, medido pelo IBGE, apresentou queda de 9,3% no semestre.
A pesquisa foi realizada pela Provokers e ouviu 800 brasileiros das classes A, B e C em todo o país. “O varejo on-line tem tido resultados positivos no ano, mesmo com a recessão. E a pesquisa mostra que os consumidores se planejam para comprar mais na Black Friday”, afirma José Melchert, diretor da área de varejo do Google Brasil.
De acordo com o estudo, em torno de 40 milhões de internautas fazem compras on-line no país todo ano. Desse total, 79% já participaram de edições passadas da Black Friday e 74% dizem que vão comprar na data este ano.
Uma pesquisa realizada pelo site comparador de preços Zoom com 15 mil pessoas também revela que, embora estejam receosos com a crise econômica, 99% dos entrevistados estão dispostos a comprar durante o evento.
Melchert observou que, nas edições passadas, os internautas estavam mais preocupados como promoções falsas, produtos não entregues e dificuldades de troca. “Essa visão de ‘Black fraude’ diminuiu e a pesquisa mostra que a maioria dos internautas tem uma imagem positiva do evento”, afirma Melchert. De acordo com o site Reclame Aqui, a Black Friday 2015 teve o menor número de reclamações desde 2010, com 4,4 mil queixas. Em 2014, as reclamações chegaram a 12 mil. A maioria se refere à maquiagem de preço.
Na lista de prioridades de compras dos internautas deste ano estão produtos de áudio e vídeo (citados por 66% dos respondentes), produtos de informática (58%), celulares e smartphones (57%), TV (55%), eletrodomésticos (54%) e eletroportáteis (51%). Carol Rocha, analista de insights do Google Brasil, observa que também cresce a procura de outros itens, como passagens aéreas e hospedagem.
Melchert também destaca o objetivo das compras: 53% dos internautas aproveitam a Black Friday para comprar produtos para si; 27% compram para si e para dar de presente e 19% só compram presentes.
O estudo indica ainda que 21% dos internautas compraram só pela internet na última Black Friday e 21% aproveitaram as promoções apenas em lojas físicas; 58% compraram nos dois canais de vendas.
Para Gabriel Mariotto, gerente de inteligência da Cielo, a data é a última oportunidade para empresas de comércio eletrônico baterem as metas do ano. “É a data de maior crescimento de vendas, considerando as principais datas do varejo”, afirma Mariotto.
De acordo com dados do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), de 2012 a 2015, o número de lojas tradicionais que participam da Black Friday passou de 22 mil para 43 mil. No comércio eletrônico, o número de lojas virtuais passou de 100 para 900. A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico estima que, neste ano, 2 mil sites vão realizar promoções.
Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/4716663/black-friday-deve-vender-30-mais