O volume de vendas do setor de eletroeletrônicos, que representa cerca de 3,34% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, cresceu 14,6% no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, passando de 45,5 milhões de unidades vendidas da indústria para o varejo para 52,1 milhões.

O balanço foi divulgado nesta segunda-feira (23/07) pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), durante a feira Eletrolar Show 2018, que acontece até quinta-feira (26/07) no Transamerica Expo Center.

Segundo presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento Junior, o grande impulso para o aumento das encomendas do setor foram os televisores, cujas vendas apresentaram aumento de 29,98% em comparação ao ano anterior por causa da Copa do Mundo e do desligamento do sinal analógico.

A comercialização de TVs passou de 5,1 milhões de unidades no ano passado para 6,59 milhões em 2018.

A linha de portáteis registrou alta nas vendas de 12,99% no período, com 30 milhões de equipamentos comercializados. Já a linha branca (refrigeradores, fogão, entre outros) teve uma expansão de 2,75%, com 6,72 milhões de unidades vendidas.

A linha marrom, por sua vez, que inclui TVs e aparelhos de som e vídeo, cresceu 20,27%.

O crescimento, no entanto, foi relativizado pelo presidente da Eletros. Segundo ele, a comparação deste ano é com o fim de um período de crise, que durou entre 2015 e 2017.

Além disso, o setor sentiu os efeitos da greve dos caminhoneiros. O prejuízo ainda não foi contabilizado em números, disse Nascimento Junior.

“A gente vinha em uma retomada de crescimento. Os números mostravam um aumento na geração de empregos e também na produção industrial, com aumento do consumo. Passamos 2015, 2016 e 2017 em uma crise, com investimentos acanhados, com instabilidade econômica e política também. Quando estamos na retomada disso, surge uma greve totalmente inusitada, que chegou a parar muitos estados do país”, disse ele.

“Foram 10 ou 12 dias de greve mas com consequências gravíssimas para a economia”, ressaltou.

Para este ano, a expectativa da Eletros é de vendas entre 10% a 15% maiores que as do ano passado. No entanto, o presidente da entidade disse que a expectativa deverá ser revista em setembro e pode ser menor do que a esperada. “Neste momento o viés é de baixa”, falou.

CONFIANÇA EM QUEDA

A confiança do empresário industrial do setor eletroeletrônico perdeu 5 pontos em junho ao cair de 54,9 pontos em maio para 49,9 pontos. É o que mostra o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), compilado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), com base em dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Essa é a primeira divulgação deste indicador feito pela Abinee, que de agora em diante fará publicações mensais.

Também é a primeira vez que o índice do setor ficou abaixo da linha dos 50 pontos desde dezembro de 2016, quando havia atingido 48,1 pontos. Valores abaixo de 50 pontos no dado, que varia de 0 a 100 pontos, indicam falta de confiança.

“O ICEI demonstra aos três Poderes que não é possível seguir na marcha atual de ampliar indefinidamente o gasto público, como se não vivêssemos uma grande crise fiscal. A insegurança de quem produz compromete o crescimento de que tanto precisamos”, comenta o presidente da Abinee, Humberto Barbato.

Na área elétrica, o ICEI diminuiu de 54,2 para 50,5 pontos; e na eletrônica, caiu de 55,6 para 49,2 pontos, ao comparar com maio deste ano. Esse movimento foi similar ao verificado na indústria da transformação geral, divulgado pela CNI, que passou de 55,5 em maio para 49,6 em junho, também se situando abaixo da linha de 50 pontos.

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