As principais questões que a gestão do estoque procura responder referem-se a: qual o
volume adequado de estoque, qual o giro apropriado, quanto comprar e com que freqüência, de
quais fornecedores e condições. Cada vez mais essa análise vai se tornando
complexa devido às oscilações da demanda do produto, às exigências dos consumidores, à
disponibilidade do material e ao efetivo controle desse estoque. Todos esses fatores devem atuar
de forma integrada, devendo também haver eficiência operacional das atividades de transporte,
armazenagem e processamento de pedidos.
Todas as decisões que envolvem estoques geralmente são de alto risco e causam forte
impacto na cadeia de abastecimento. Também causa grande impacto na
logística, pois essa área sempre está relacionada à guarda, à movimentação física, aos
fornecedores, ao transportes, entre outros. No caso de haver estoques inferiores às quantidades
desejadas, a conseqüência será a perda de vendas e de clientes, o que poderá causar queda de
participação no mercado. Por outro lado, a manutenção de um nível desnecessariamente alto de
estoques pode ocasionar perdas financeiras, redução da lucratividade, deterioração e
obsolescência das mercadorias.
Simchi-Levi, Kaminski e Simchi-Levi (2003) comentam que há alguns anos, muitos
autores afirmavam que aperfeiçoar o nível de serviço e reduzir estoques ao mesmo tempo era um
objetivo que não poderia ser alcançado. Na verdade, a teoria tradicional de estoques diz que, para
aumentar o nível de serviço, a empresa deve aumentar os estoques e, portanto, os custos. Os
recentes progressos da tecnologia da informação, com o melhor entendimento das estratégias da
cadeia de abastecimento, fizeram com que surgissem abordagens inovadoras que permitem à
empresa atingir os dois objetivos simultaneamente.
Obviamente, todas as organizações gostariam de erradicar os excessos de seus estoques e
somente manter um nível que pudesse prevenir para as emergências futuras. Os efeitos do
excesso de estoques são relatados por Crandall e Crandall (2003) em uma pesquisa realizada pela
AMR Research em julho de 2000, que projetou um excesso de estoque de US$ 60 bilhões
somente nos Estados Unidos e de US$ 120 bilhões no restante do mundo. Nessa pesquisa, 68%
das empresas comentaram que os excessos têm efeito adverso em seus resultados financeiros,
com conseqüências negativas na capacidade de investimento, pois tornam indisponíveis os
recursos financeiros para outras oportunidades, tais como desenvolvimento de novos produtos,
expansão ou melhoria dos processos.

Fonte: http://www.anpad.org.br/enanpad/2006/dwn/enanpad2006-golb-0558.pdf